Wednesday 7 May 2008

ÍNDIA

Himachal Pradesh - O bazar de Kangra
Passei o primeiro dia do mês na estrada, a respirar a poeira e a lutar com os meus inimigos habituais, e penso que isto foi um bom começo. Fui até Palumpur, uns trinta ou quarenta quilómetros para leste de Dharamshala. Palumpur consiste basicamente numa estrada principal com comércios, relativamente interessante, algumas lojas com algum charme, mas não fiquei muito tempo, tomei o meu almoço numa barraca indiana barata, e fui-me embora depois de um bom passeio.

Um homem fez o sinal da cruz na testa ao cruzar-se comigo. Vi algumas lojas de instrumentos musicais, principalmente de percussão.

Decidi tomar um autocarro para a cidade de Kangra que dá o seu nome ao vale todo onde se encontra, e que eu acho muito mais interessante do que Palumpur. A chegada fez-se ao fim do dia. Decidi então pernoitar em Kangra, caminhei na direcção do templo, que se podia avistar à uma distância de algumas centenas de metros, e descobri um bazar antigo, habitado por todo o tipo de pessoas, e desenhado por ruas estreitas que pareciam surgir directamente de algum conto da Ásia Oriental.

Na manhã seguinte, as ruelas que subiam para o templo, acordavam com o trabalho dos comerciantes, que colavam Xivas, cobras, tridentes e efígies de metal dourado em cima dos panos coloridos das bancadas.

É exactamente como tudo o que se pode imaginar quando nos são contados, por viajantes mentirosos, que gostam de exagerar e de se gabar, mágicos lugares distantes.

Então um dos deuses disse que isso era bom e mostrou-mo, colocando-o perante a minha vista. Senhor, que doce e bonita ilusão que Tu criaste.



Himachal Pradesh - A chama eterna de Jawalamuki
Quando atingi o templo de Jawalamuki nas colinas, pelas ruelas de vendedores de imagens de Deus, tirei os meus sapatos numa loja pequena ao pé da grande construção e entrei pelo portão adentro. Caminhei pela alta e decorada, porta principal, descalço no chão frio, e senti-me bem em relação a isso, era um sentimento quente e livre que me acompanhou ao atravessar as diversas secções do lugar.

Num dos corredores, Kali a deusa preta, estava de frente à Ganesh, o deus de cabeça de elefante, e no pátio, jovens rapazes brâmanes, vestidos de trajes amarelos, estavam a ter uma bastante acesa discussão, enquanto um homem batia em tambores, por entre as preces e as ofertas dos peregrinos.

A minha visita foi interrompida por um homem que me perguntou o que estava a tentar fotografar. Uma pergunta bastante estúpida, como qualquer pessoa pode reparar, feita por um idiota, incapaz de ver a beleza divina, tão cego ele estava pela inconsistência dos seus argumentos. Deixei o sítio bastante aborrecido.

Fora do portão, num dos muros, um macaco estava a fitar-me com uma expressão estúpida.