Tuesday 26 December 2006

ÍNDIA

Uttar Pradesh
A Santa Viagem iniciou-se quando deixei o Instituto de Dharamshala e decidi vaguear pela Índia, para realizar uma viagem por vários sítios sagrados do Hinduísmo e do Budismo. Um percurso que só iria acabar em Pequim, na China, alguns meses depois. Usei unicamente de meios de transporte terrestres numa tentativa de ver mais e de mais perto possível, os vários países asiáticos que atravessei. Podia ter demorado mais tempo, e ter visto mais, mas por causa de problemas e imprevistos, que surgem sempre na estrada incerta, tive que saltar escalas. Também podia ter ido directamente para o destino, mas é preciso ver o que se pretende, como o percebi no Ladakh: se viajar para ver e viver os lugares por onde se passa, o que me parece ser o motivo pelo qual se viaja, ou simplesmente para chegar a um destino, não importando a maneira com o qual se o consegue.

haridwar


Haridwar situa-se no ponto em que o Ganges deixa os Himalayas. É um sítio onde convergem inúmeras forças superiores, um lugar-poder, como há alguns na Índia. Por isso venerada pelos hindús, e sujeita a constantes peregrinações, vindas de toda o sub-continente. Há quem diga que Rishikesh, situada a alguns quilómetros de distãncia, é mais interessante por ser a capital do Ioga, por ser mais calma e relaxada, acho na minha opinião pessoal que Haridwar é mais viva, mais humana e mais indiana. Aliás, tive problemas em Rishikesh com jovens por estar a tirar fotografias, não sendo o lugar também um sítio santo e sagrado, e por isso extremamente turístico. Não passa de um "freak-centre" onde se reúnem hippies e derivados, vindos do mundo inteiro, numa simbiose harmoniosa de paz, amor e fraternidade. Os Beatles também passaram por lá.



Voltando a Haridwar, o sol é abrasador como só na Índia, e o Ganges de forte corrente. Milhares de peregrinos se juntam aqui para tomar banho no rio, as inúmeras seitas religiosas indianas veneram todas o Ganges purificador, se bem que já não muito puro em certos sítios. Os ghats são as escadas que entram pelo rio adentro e onde se amontoam os devotos.



A Primavera não existe propriamente na Índia, em Abril, Maio, as temperaturas atingem já os quarenta e tal graus, às nove da manhã, o que pode ser terrível em alguns sítios.



Junto-me à multidão, não resisto, mergulho.





Noutros pontos da cidade, o Ganges é rápido, e ao final da tarde, as pessoas estendem as mantas pelo chão, e dorme-se ali mesmo, nas bermas do rio, como que no baloiço do fluxo.

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