Thursday 7 December 2006

CHINA

guangdong
A província de Guangdong, traduzido para Cantão, província a sul da China, onde se instalaram os primeiros colonos portugueses para darem luz à Cidade do Santo Nome de Deus. Hong Kong era a vizinha dourada, Macau vivia na sombra, até os automóveis circulavam do lado contrário da via. 1997 foi o ano da entrega do Porto Fragante, 1999 o das Portas da Baía à China-mãe. Umas carraças na cabeleira da mãe China, como lhe chamavam os manuais escolares chineses. Umas carraças numa besta ainda maior. Um círculo vicioso? Não tem importância. E o resto da província? A cidade de Cantão, as concessões estrangeiras como em Shangai e Berlim, a porta de entrada para a China colossal, voltou tudo a ser pertence do povo chinês. Pobre povo sofredor, cujas únicas pertences são as migalhas que lhe dão.

guangzhou


Cantão. 7 milhões de habitantes, talvez mais. Dia 1 de Outubro, a festa nacional chinesa. O dia em que Mao criou a República Popular da China. O único feriado chinês? Num ano inteiro? A república é popular.

Gosto de Cantão, contrariamente às mentalidades arrogantes de Macao. É suja, poluída, barulhenta, confusa e não pára. Milhões de bicicletas. A estação de comboios é um colosso. As minhas primeiras verdadeiras grandes multidões. Como um batizado. A chegada pode ser de barco. Acorda-se com a bandeira vermelha de frente e por cima. O fruto proibido? Sucumbe-se ao charme de um mundo secreto e fechado ao exterior. Infelizmente, o fruto é envenenado. O manto é vermelho mas a ideologia uma mentira. Uma hipocrisia baseada na violência, na repressão e no sangue, o que alguns sempre acharão extremamente romântico.

Mas Cantão, perco-me na multidão.

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