Tuesday 26 December 2006

ÍNDIA

uttar pradesh - varanasi




A Índia de Tagore, das casas-barcos no Ganges, e dos búfalos na água com os miúdos.



Cidade santa entre as santas, Varanasi ou Benarés, como era chamada antigamente, um dos pontos de referência do Hinduísmo. Um labirinto de ruas e mais ruínhas estreitas onde não importa perder-se. As vacas sagradas e os bois vivem à solta na cidade, o que pode levar a estranhos encontros.

O saddhu, ou homem santo, pratica os seus rituais mágicos nas bermas do rio ao nascer do sol. A cidade na alvorada banha numa luz muito própria, que a torna ainda mais mágica, e mais difícil de fotografar de barco.



O templo que se afunda lentamente no lodo. Tentam por todos os meios parar a sua disparição mas não conseguem travá-la. Infelizmente, está condenado a desaparecer.



A grande mesquita de Varanasi. Os muçulmanos também vivem em grande número na cidade, o que dá um carisma próprio ao lugar.


Os ghats, as escadas que levam ao Ganges.



Varanasi também é uma pobreza e uma sujidade sem igual, centenas de leprosos, de estropiados, mutilados e mais aleijados e doentes, um exército de pedintes na sombra da santidade. As vezes, vejo-os aos milhares, nos meus pesadelos, as mãos ou os restos de membros comidos pela lepra, estendidos para mim. Só me resta fugir a correr...

Existe uma piada local indiana que diz para ter cuidado para não bater num cadáver ao nadar no Ganges. Encostado a um dos ghats num canto qualquer, estava um corpo sem vida a boiar na água. Inchado e coberto de feridas vermelhas parecia um balão cheio de água que não ia ao fundo. Umas senhoras de idade contemplavam a cena assustadas por tamanha descoberta.

Diz-se que não convêm fotografar as cremações dos mortos que como se sabe, são feitas ao ar libre. Depois de caminhar ao longo dos ghats, cheguei a um desses ponto onde se queimam cadáveres. Um fulano, suponho um dos empregados encarregados das cremações, levou-me para dentro do recinto, e convidou-me a tirar fotografias, eu como funciono um bocado ao contrário do que se pretende, recusei, e quando dei por ela, tinha os pés nas cinzas... O cheiro que pairava no ar, era um bocado ácido, amargo... Também não fotografei o corpo a flutuar.







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