Thursday 7 December 2006

CHINA

Xinjiang
Xinjiang, os "novos territórios" mais a ocidente da China. A maioria é muçulmana, região fronteira com as ex-repúblicas soviéticas da Asia Central, hoje em dia, ditaduras corruptas de difícil acesso. O Kirguistão, o Turquemenistão, o Uzbequistão, o Tadjiquistão entre outros. Estes povos todos encontram-se no Xinjiang, também chamado Turquemenistão chinês. Caucasianos europeus em contraste com os Han chineses, aqui em minoria. Território ocupado? O Tibete? Fundamentalismos, atentados em autocarros, indepêndência, notícias que raramente chegam cá e no entanto muito actuais. Grande parte é deserto. Um deserto mortífero. Um calor de sufocar, o local mais quente de toda a China. As temperaturas podem rondar os 50 graus. Acontecem miragens. Vi o Sven Hedin a caminhar na areia. Desenham-se os últimos mapas do mundo. Violam-se túmulos e rouba-se a história. Os oasis no meio do deserto. Os manuscritos budistas de DongHuang. Urumqi fica a três dias de Pequim de comboio, chega-se a perder a noção do tempo e do espaço.

karakul


Visto de um ponto mais alto. É uma das paisagens que mais marcou a minha memória.

karakul


Pausa no lago de Karakul. Esse azul não existe em mais parte alguma. Fui atrás do turquemene, tinha um óculos fantásticos. De repente, o jovem oficial entrou no campo de visão, ficou nervoso e a tremer. Não me pediu o rolo.

tashkurgan


Chegaram da esquerda e pararam à minha frente, sem dizer nada. Tirei a foto e continuaram.

tashkurgan


Tashkurgan é o primeiro sítio onde se pára quando se chega do alto Paquistão. Posto fronteiriço de maioria tadjique e de soldados chineses, entra-se na China por uma estrada que chega a 4700 e poucos metros. No topo, os soldados fazem corridas de camelos báctrios, o ar é puro e as marmotas ao sol. Fiquei doente na descida. O taliban de barba e Ray-Bans que conduzia o autocarro, olhava para mim pelo retrovisor com ar de desdém; um grupo de chineses que vinha ao meu lado também ficou doente. Quando olhei para eles, a cor da pele tinha virado para o verde. Acho que desmaiei, fiquei consciente, mas não se via nada. Apenas o cheiro da gasolina. E sempre esse gordo taliban.

Em Tashkurgan, trataram-me bem. Um "secreta" da PSB de blusão de cabedal, saído de um filme policial. Em Pequim, já os reconhecia todos a milhas de distância; ganha-se práctica. Os funcionários alfandegários revistaram as malas todas dos chineses, e encontraram versões chinesas do Alcorão, eram muçulmanos de uma província vizinha. Pelo que percebi, os textos não passáram. Uma americana achava-se com mais privilégios, conseguiu juntar dois ou três paquistaneses para tomar conta dela, virei na primeira à direita em direção ao centro.

tashkurgan


Viu-me a tirar-lhe uma fotografia. Parou e veio ter comigo, queria que lha mandasse. Não soube escrever a morada.

tashkurgan


Os montes Pamir. O outro lado do Karakoram, dos altos Himalayas, depois da fronteira com o Paquistão. As montanhas deixam de ser os jovens Himalayas de contornos agudos para darem lugar a montes mais velhos e mais arredondados. Na planície, tadjiques, uighurs, khirghizes e turquemenes. A lendária Tartária da rota da seda.

kashgar


Perto de Kashgar, uma pausa na estrada, alguns homens de etnia Uighur, de ascendência turca, tomavam chá.

1 comment:

alexandre cristóvam said...

Oi. Vê se metes aí no teu perfil o mail para te podermos contactar. Abraço.