Tuesday, 24 July 2007
Trulku Tenzin Delek
A China, que pensava passar despercebida aos olhos da comunidade internacional, ao resolver os seus problemas "internos" às escondidas, sem que ninguém se intrometesse nos seus assuntos, faz precisamente o oposto ao criar casos e situações como as aberrações e as contradições que povoam a realidade da nova China. Contrariamente ao que a China afirma desde sempre, como um disco riscado, o problema deixa de ser "assunto interno" quando envolve territórios ocupados pela força, que nunca perteceram às fronteiras chinesas, e cujo povo se desmarca claramente dos Han chineses.
por JM
O relatório do CTDHD (Centro Tibetano para os Direitos Humanos e Democracia) escreve:
Trulku manteve uma posição religiosa independente sobre a controvérsia que envolve a reicarnação do 10º Panchen Lama. Trulku disse: "Eu reconheço apenas a reicarnação do 10º Panchen Lama reconhecido pela Sua Santidade, o Dalai Lama e mais ninguém".
Uma vez na presença de oficiais do território, Trulku disse, "Vocês ordenam proibir a mostra de retratos da Sua Santidade o Dalai Lama em mosteiros. Para mim, isto não faz diferença nenhuma. Mostrar as imagens proibidas não aprofunda em nada a minha devoção pela Sua Santidade, nem a proibição dos retratos diminui a minha fé. A Sua Santidade, o Dalai Lama é a minha alma". Semelhante mostra de apoio para com o Dalai Lama tornou-se causa de preocupação para as autoridades de Pequim.Em 1997, as autoridades locais fazem a primeira tentativa para deter Trulku Tenzin Delek e acusá-lo de seis diferentes acusações. Trulku Tenzin Delek foi acusado de "pôr a segurança estatal em perigo" e de construção ilegal de mosteiros sob a bandeira da religião. Trulku entrou,então em retiro durante cinco meses numa colina próxima.
Entretanto, os tibetanos locais recolheram aproximadamente 30000 assinaturas, e mandaram uma carta apelando às autoridades para retirar o mandato de captura. As
autoridades aceitaram com relutância e com a condição de que Trulku Tenzin Delek não iria envolver-se em actividades políticas.Houve uma série de explosões com bombas na área de Kardze no leste do Tibete em 2001. No dia 3 de Abril de 2002, outra bomba explodiu em Chengdu, capital do Sichuan, causando 12 feridos e uma morte. No seguimento da explosão, Lobsang Dhondhup foi preso. Foi acusado de ter colocado as bombas, e segundo relatos oficiais, foi encontrada uma fotografia de Trulku Tenzin Delek na casa dele. Durante os interrogatórios, Lobsang Dhondhup teria confessado o seu hipotético envolvimento, os motivos por detrás dos atentados, e a sua relação com Trulku Delek. Jornais oficiais do governo escreveram que tinham encontrado panfletos supostamente escritos por lobsang Dhondup com a cooperação de Trulku. Nas semanas a seguir, 80 tibetanos foram arbitrariamente presos em ligação com o caso Trulku.
Nem uma tangível amostra de prova foi encontrada no lugar das explosões que pudesse ligar Lobsang Thondup às explosões. Segundo relatos oficiais, Lobsang foi preso com a ajuda de uma testemunha. O nome da testemunha não pôde ser verificado por não ter aparecido durante o julgamento. Trulku foi preso em 7 de Abril de 2002, e até 29 de Novembro de 2002, o seu paradeiro foi desconhecido até ele aparecer com Lobsang Dhondup no Tribunal Intermediário Popular de Kardze. Durante o julgamento, Lobsang Dhondup foi condenado à morte imediata e Trulku à morte com uma suspensão de dois anos.Pode ser argumentado que Trulku foi uma figura "dissidente" identificada pelas autoridades chinesas, que tentaram prender anteriormente. As circunstâncias em torno das alegações contra o papel de Lobsang Dhondhup não são claras e são vagas. Sérias dúvidas foram levantadas a respeito das alegações e confessões que, acredita-se, foram extorquidas a seguir a imensas torturas e maus tratamentos infligidos a Trulku e Lobsang Dhondup. Existem boas razões para acreditar que as acusações foram fabricadas e que houve conspiração por parte das autoridades.
in "Death penalty in China", The Tibetan Centre for Human Rights and Democracy.

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